terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Programa n° 24
Bloco 1:
Bloco 2:
sábado, 13 de dezembro de 2008
Lei Rouanet e cultura
11/12/2008 - 08h41
Orquestra Sinfônica Brasileira lidera captação pela Lei Rouanet
LARISSA GUIMARÃES
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Os recursos da Lei Rouanet, principal mecanismo para o financiamento da cultura no país, concentram-se nas mãos de poucos. Metade de todo o dinheiro que a lei torna disponível é captado por apenas 3% das empresas e entidades que apresentam projetos culturais em busca de patrocínio.
Dos 4.334 proponentes que no ano passado tentaram captar recursos pela Rouanet, 130 conseguiram R$ 483 milhões -quase 50% do total arrecadado (R$ 974 milhões).
A proponente com maior captação em 2007, com 100% de renúncia fiscal, foi a Fundação Orquestra Sinfônica Brasileira, com R$ 17,38 milhões. A Dançar Marketing e Comunicações, com projetos como o Telefonica Open Jazz e o Cine na Praça, ficou em segundo lugar, com R$ 11,54 milhões. Em terceiro, a Fundação Roberto Marinho, com R$ 9,95 milhões -dos quais R$ 8,61 milhões foram para o Museu do Futebol, em São Paulo.
O Ministério da Cultura e parte do setor cultural apontam essa concentração como uma distorção. A crítica é a de que apenas projetos de grande porte e maior apelo de marketing levam vantagem. Em 2007, por exemplo, só um terço dos projetos conseguiram captar dinheiro pela Rouanet.
Pela lei, projetos ou proponentes buscam o patrocínio de empresas, que podem abater todo o recurso ou parte dele no imposto devido. O percentual de abatimento depende da natureza do projeto. No caso de música erudita, por exemplo, 100% do valor patrocinado é deduzido. Para música popular, 30% é abatido em imposto, e a empresa desembolsa 70%.
"Hoje os índices de renúncia fiscal são pré-definidos, o que não estimula o desenvolvimento do setor cultural. Será que não há projeto na área de música popular que mereça um índice maior?", disse o ministro da Cultura, Juca Ferreira, durante debate com empresários sobre a Rouanet, na semana passada.
Para ele, o modelo de financiamento da lei faz com que haja um predomínio da renúncia fiscal. De cada R$ 10 captados pela lei, afirma, R$ 9 são de renúncia. "Parece dinheiro privado, mas não é. Criamos um vício de mecenato com dinheiro público. O índice de 100% deveria se tornar uma exceção."
Mudanças
O governo quer levar ao Congresso, em fevereiro, um projeto de lei para alterar regras da Rouanet, com novos critérios para a renúncia. A idéia, diz o secretário de Fomento e Incentivo à Cultura, Roberto Nascimento, é estabelecer pontuações e pesos diferentes. "A pontuação envolveria, por exemplo, a venda ou não de ingressos no local de realização", afirma.
Outro ponto a ser alterado é o funcionamento do Fundo Nacional da Cultura (FNC), criado para captar e destinar recursos a projetos culturais. A proposta do ministério é criar fundos setoriais dentro do FNC, que movimenta cerca de R$ 180 milhões ao ano, para melhorar a distribuição do dinheiro e facilitar o planejamento.
Concentração
Representantes do setor cultural apontam a necessidade de mudar a lei do mecenato. O superintendente de atividades culturais do Itaú Cultural, Eduardo Sarón, diz que a lei é concentradora. Ele defende a manutenção do índice de 100% de renúncia fiscal para museus e aquisição de acervo, mas avalia que "para projetos grandes, consagrados, poderia haver contrapartida maior da iniciativa privada." O Itaú Cultural foi o proponente com maior contrapartida no ano passado.
Representante da maior incentivadora da Lei Rouanet no país, a gerente de patrocínios da Petrobras, Eliane Costa, também vê necessidade de mudanças. "A Rouanet foi uma das grandes responsáveis pelo desenvolvimento cultural do país, mas pode ser aperfeiçoada."
Voz dissonante, o diretor-executivo do MAM-SP, Bertrando Molinari, diz que a criticada concentração por Estados espelha os PIBs regionais. "A "concentração" pode estar distorcida: uma empresa com sede no Sudeste, por exemplo, pode disseminar suas atividades culturais nacionalmente."
Ele lembra que a Rouanet foi criada (em 1991) num ambiente de instabilidade econômica. "Mesmo assim, a lei passou bem por esses anos, assim como pelos últimos anos de estabilidade. Às vésperas da crise, talvez merecesse mais uma oportunidade de ser testada."
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
Programa n° 23
Bloco 1:
bloco 2:
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
Amor e arte
domingo, 7 de dezembro de 2008
Mulher e o mundo
Já que o assunto é mulher e sociedade, vai aqui uma matéria do diretor do Fiz + Sotaques, Leandro Lopes, na qual ele mostra como as mulheres vão conquistando seu espaço no mercado de trabalho. Apesar das diferenças (afinal, elas ganham 5% a menos que os homens), elas mostram sua independência.
LUGAR DE MULHER É... NO COMÉRCIO E NA INDÚSTRIA
Mulheres são cada vez menos donas de casa e cada vez mais donas de seus próprios narizes, em especial, no mercado automobilístico
Por Leandro Lopes
‘Sabem quando a mulher vai ganhar seu lugar ao sol? Quando inventarem cozinha com teto solar!’; ‘O que uma mulher faz na sala? Turismo. Deveria estar na cozinha!’. Pode até soar engraçado, mas as infames piadas só contribuem para propagar preconceito e não, definitivamente, não correspondem com o cenário econômico atual. Em 1976, as mulheres eram 29% da população economicamente ativa no país. Hoje, 44%. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, dos 10,1 milhões de postos de trabalho abertos no Brasil na década de 90, quase 7 milhões foram ocupados pelo ‘sexo frágil’.
Mas a conquista deste espaço não se deu entre um nascer e um pôr-do-sol. Ainda hoje os preconceitos se mantêm e a conquista de respeito é um processo mais lento e trabalhoso quando comparado as classes masculinas. Imagina então quando estamos falando de um espaço predominantemente e historicamente dominado pelos homens, como é o caso da indústria e do comércio automobilístico? O que você faria se soubesse que seu carro teve que ser aprovado em diversos testes por uma mulher antes de sair da fábrica?
Há pouco mais de um ano, a Volkswagen do Brasil incorporou na equipe de testes de rodagem, cinco mulheres que avaliam diariamente ruídos, dirigibilidade e as funcionalidades dos carros antes que eles sejam entregues aos seus clientes. Detalhistas, elas realizam todo o percurso em busca de qualquer imperfeição que possa ter acontecido no momento da fabricação. Em média, cada uma delas avalia 50 carros diariamente. “Algumas pessoas ainda estranham quando conto que dirijo o dia todo. Mas somos tão capazes quanto os homens e, às vezes, até mais detalhistas”, explica Pamela Barrosi. “Quando acordo pela manhã nem parece que estou vindo para a fábrica. Eu me divirto fazendo este trabalho”, diz Fabiane Souza.
Outro bom exemplo é Tatiana Lima, que aos 23 anos, ocupa o cargo de líder de célula na montagem final da fábrica Volkswagen. Ela comanda mais de 50 pessoas, quase todos homens. “Há uma valorização do perfil feminino e batalhei sempre pelas oportunidades que me ofereceram. Fui conquistando espaço e respeito com meu trabalho”, afirma.
Renata Pereira começou na fábrica da Fiat em Betim, Minas Gerais, como estagiária, mas sete anos depois, de degrau em degrau, chegou a diretoria de desenvolvimento e vendas de Mercado Externo. “Eu sempre quis arriscar e sempre olhei para a cultura masculina do setor automotivo como um desafio”, explica o sucesso.
Embora pareçam inusitadas, essas conquistas são cada vez mais comuns. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – Dieese, as principais montadoras do país já empregam mais de 6500 mulheres. Pode parecer pouco, mas é gigantesco quando comparado há menos de cinco anos.
TAL INDÚSTRIA, TAL COMÉRCIO
A conquista das mulheres no ramo automobilístico vai além da esteira de montagem, da mecânica. Enfim, da indústria. Elas também ganham espaço no comércio, nas negociações e no dia-a-dia do setor de locação. Alcançam cargos poderosos e até investem em seus próprios negócios. Maria Aparecida, hoje proprietária da Sólida Locadora de Veículos, em Belo Horizonte, abriu sua empresa em sociedade no ano de 1992 com apenas seis carros usados. “Ficamos, eu e meu sócio, trabalhando quase cinco anos sozinhos e ele tinha um cuidado para deixar transparecer minha competência para os clientes. Isso me ajudou muito”, relembra.
Para Joana Chellini, da Chellini Locadora, o início ainda foi mais difícil. Ela começou sua empresa com apenas um carro financiado e, para pior, a falta de conhecimento no setor acarretou prejuízos. “Por falta de experiência, comecei a levar canos e fiquei decepcionada, mas nunca desisti”, recorda.
Maria Aparecida cita um exemplo que reflete a mudança comercial dos últimos anos. “Quando começaram as reuniões para formação do SINDLOC-MG, eu chegava a ficar constrangida porque quase não tinha mulher. Agora, a gente vai a qualquer evento ou reunião e o número feminino é bem maior. É uma mudança dos tempos, tanto para homens quanto para mulheres. Está havendo um equilíbrio e se está colocando fim aquelas histórias de que isso é para homem e isso é para mulher”.
PRECONCEITO
A mulher parece, hoje, se sentir mais confortável em seu ambiente de trabalho. Mas para nenhuma a caminhada foi simples. “Já tive funcionário que me ameaçou e cliente que chegou a dizer que iria me bater. Demorei muito para aprender a me impor. Antigamente, quando o cliente gritava no telefone, eu tinha vontade de me esconder debaixo da mesa. Agora, eu exijo respeito e o enfrento”.
Já Renata Pereira não concorda com o termo preconceito. “Existem restrições porque a indústria e o comércio automobilístico sempre foram dominados pelos homens. Mas não é por preconceito, e sim por fatores históricos”. Com ou sem preconceito, mulheres como Renata, Maria Aparecida, Fabiane, Pámela, Joana, e tantas outras, exerçam hoje, talvez, mais do que um importante cargo nas suas empresas, e sim, um importante papel na história econômica do país.
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
Programa n° 22
Bloco 1:
Bloco 2:
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
Mulher-objeto
terça-feira, 25 de novembro de 2008
Programa n° 21
Bloco 1:
Bloco 2:
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Programa n° 20
Bloco 1:
Bloco 2:
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
No próximo programa....
Segunda-feira, 17 de novembro, às 21h15min no Fiz Tv.
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
Programa n° 19
Bloco 1:
Bloco 2:
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
Programa n° 18
Bloco 1:
Bloco 2:
Mais uma sobre profissões
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
Programa n° 17
Bloco 1:
Bloco 2:
sábado, 18 de outubro de 2008
Arte e educação

segunda-feira, 13 de outubro de 2008
Programa nº 16
Bloco 1:
Bloco 2:
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
Já que o assunto é arte...
(A arte está dentro ou fora dos museus?)
Árvores pintadas de azul, bacias amarelas espalhadas pelo campus da universidade, a frase “Aonde é que tu vaaaai?” estampada em pontos estratégicos das avenidas e ruas... decididamente, Santa Maria, município localizado no interior do Rio Grande do Sul, não é uma cidade convencional.
Uma idéia
Giulio Carlo Argan, crítico italiano
Se você seguir as formigas desenhadas no rodapé das paredes do prédio 40 da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), pode ser que encontre Rebeca Lenise Stumm. Rebeca, professora do curso de Desenho e Plástica, é sub-chefe do Departamento de Artes Visuais e orientadora do projeto Intervenções Artísticas no Espaço Comunitário – Laboratório Reflexivo sobre Linguagens Contemporâneas. Mas não confunda as coisas: as formigas foram pintadas pelos estudantes de Desenho Industrial, o que confirma a tese de que o conceito de artista está sumindo; segundo Rebeca, todas as pessoas devem ser consideradas artistas.
Descendo ao subsolo do prédio, há uma sala onde, bem no centro, em meio a quadros, esculturas, restos de materiais espalhados pelo chão, jaz um armário. É daí que Rebeca retira a pasta com as fotos dos trabalhos dos seus alunos - um “rio” de lona percorrendo o campus, árvores com tiras de papel vermelho colados ao tronco, quilos de argila disponibilizados para o manuseio público em alguns setores da universidade, um rastro de sangue dentro do Centro de Artes e Letras... Trata-se de intervenções urbanas, obras de arte que modificam o ambiente em que estão inseridas, fazendo com que as pessoas que circulam por esse ambiente passem a olhá-lo com outros olhos. A intenção é fazer com que a sociedade questione a sua maneira corriqueira de agir sobre as coisas do cotidiano, fazer com que o banal se torne ponto de reflexão.
- As crianças às vezes acham que estão num parque de diversões quando vão à Bienal – comenta a professora.
De fato, apesar do sucesso alcançado junto ao público, há uma preocupação em não transformar a intervenção em mero entretenimento, inclusive na produção. Pois Rebeca diz que é a intenção do autor que diferencia o bom do mau artista. Além do mais, não há uma preocupação maior com o acabamento da obra, já que esta acaba falando sobre o próprio processo de fazê-la. O que conta, portanto, é o referencial teórico do trabalho.
A história do artista holandês Van Gogh, que se trancou sozinho em seu ateliê e, de propósito, cortou a própria orelha, é um exemplo citado por Rebeca do que a arte não quer mais. Nesse novo cenário da produção artística, é o trabalho em grupo que prevalece. Como na música e nas artes cênicas. A Arte Contemporânea, em si, já representaria uma busca por uma maior interação com o público. E, nesse caminho contrário à elitização da arte, as intervenções urbanas exercem papel fundamental.
Um quadro
Jorge Luis Borges, escritor argentino
- Estamos na terra de ninguém! – desabafa Alfonso Benetti, coordenador do curso de Desenho e Plástica.
A sua visão justifica-se assim: já não se sabe mais o que é retrógrado e o que é vanguarda. Há uma busca pela novidade, acima da qualidade. Hoje em dia, arte é aquilo que é declarado como tal, e ponto final.
Sentado numa cadeira do seu ateliê, as pernas cruzadas, as mãos mexendo num rolo de fita adesiva, os olhos em nenhum momento fitando o interlocutor, Alfonso revela sua opinião sobre intervenções urbanas: em resumo, uma arte “inócua” e “pífia”. Por quê? Ora, porque a sensação de estranhamento, típica das intervenções, é esgotada ao primeiro olhar; após isso, a obra não suscita divagações mais profundas. Não há permanência: as obras se destroem logo após serem construídas, tornando-se materialmente “descartáveis”. Assim, as intervenções urbanas acabam tendo, ironicamente, um papel alienador.
Alfonso estabelece uma ligação com a mídia: ela mostra o que choca ou é visualmente atraente e, assim, as intervenções urbanas preenchem espaço; no sentido oposto, essas acabam ganhando legitimidade como obras de arte ao aparecerem na mídia. A própria sensação de estranhamento seria uma idéia bem típica da indústria cultural em que se transformou a sociedade contemporânea, querendo atrair a atenção das pessoas para qualquer coisa, fazer alarde sobre tudo. O professor também enxerga uma concorrência entre as intervenções urbanas e a publicidade na busca pela sensação de estranhamento, dando origem a uma espécie de guerra visual nos espaços urbanos.
Para Alfonso, a relação do interventor urbano com seu público é “cínica”: na maioria dos casos, o primeiro não sabe o que está dizendo, é simplesmente discurso em cima do vazio; o segundo, que já não está familiarizado com a linguagem da arte tradicional, vê-se mais perdido ainda com essa nova linguagem das intervenções urbanas. Assim, Alfonso vai contra a idéia de que a Arte Contemporânea proporciona uma aproximação com o público. Além do mais, o estranhamento pode ser entendido como uma brincadeira com o sentimento das pessoas, o que, segundo Alfonso, não justifica o trabalho artístico. Para ele, a arte não é deboche.
O professor Alfonso trabalha com pintura há trinta anos. E o que é arte para ele, então? Bem, um pedaço da sua resposta está nas idéias do filósofo alemão Friedrich Nietzsche: a arte é um afago, um carinho para o homem. Tem de ser humana, ter vitalidade, passar a presença viva do artista na obra, não pode ser mera técnica. Mas a arte não pode lidar com protesto, então? Aí é que entra o outro pedaço. Segundo Alfonso, pode sim, mas tem que haver sempre uma proposta, uma esperança, uma redenção. Não pode somente botar mais sujeira no mundo, que disso o mundo já está cheio.
Outra idéia
Edgar Allan Poe, escritor norte-americano
Uma repartição de vidro separa Tetê Barachini de seu ateliê. E é assim que a professora tem um pequeno escritório à sua disposição, com poltronas, cadeiras, um armário, uma escrivaninha, livros... e um computador, de onde se pode acessar o site do projeto Deusa Morna, que Tetê orienta. Enquanto as imagens das intervenções urbanas produzidas pelos seus orientandos enchem a tela, a professora fala de uma palestra que o grupo promoveu: um estranho texto sobre o amarelo foi lido para uma platéia que, devido à disposição caótica das cadeiras, não ficava voltada para o palco; ao mesmo tempo, câmeras filmavam a movimentação fora do edifício e as imagens eram passadas num telão; além disso, o interior do anfiteatro era iluminado por pontos de luz dispostos de maneira aleatória. A palestra acabou se tornando, assim, uma nova intervenção urbana.
Surge a primeira pergunta: essa não acaba se tornando uma arte fácil de se fazer? Tetê responde com outra pergunta: quem disse que a arte tem que ser difícil? E questiona a visão religiosa da arte como algo que requer silêncio e seriedade para apreciação, defendendo que o entretenimento pode estar presente tanto na sua fruição quanto na sua produção. O que não exclui a necessidade da existência do artista; são eles que têm o domínio dessa linguagem da arte, portanto, são os únicos aptos a produzir intervenções urbanas que não causem apenas um choque, um susto, mas que proporcionem uma pausa na vida urbana, com o intuito de colocar as coisas em novos lugares.
E depois desse estranhamento, o que sobra? Nada. Pois Tetê diz que é proposital deixar as obras inacabadas. Neste mundo rápido e dinâmico, não há tempo para detalhismo: o que importa é o discurso. Os interventores urbanos querem apenas provocar desconforto. Não se busca a permanência dessa sensação. Os trabalhos são construídos para serem fugazes mesmo. O papel do artista, então, é estar sempre buscando novas maneiras de provocar a sensação de estranhamento.
- Nós não somos artistas de rua, mas sim artistas indo para a rua – esclarece Tetê.
E isso não significa somente uma aproximação com o público. Segundo a professora, o movimento é uma tentativa de popularizar a discussão sobre arte, sem entrar em questões mercadológicas. Até porque não há espaço para todos os artistas exporem nos museus.
A professora Tetê faz questão de ressaltar que as intervenções urbanas não são feitas para pequenas comunidades. É, sim, um movimento criado para e a partir do mundo urbano. E como se lida com a diversidade de culturas desse público tão heterogêneo que são os habitantes das cidades? Tetê diz que é através do universal. Trata-se de uma nova linguagem, diferente da usada na arte tradicional. O espectador é diferente, a arte também. Segundo Tetê, as intervenções urbanas representam uma nova postura perante o mundo. Em outras palavras, trata-se de uma arte do nosso tempo.
Uma conclusão?
Umberto Eco, crítico italiano
O leitor atento perceberá que há coincidências nas falas dos três entrevistados, mesmo quando as idéias se opõem. Contradição ou apenas pontos de vista diferentes? Talvez uma demonstração de que a diversidade cultural deve ser pensada não só em termos de fruição, mas também de produção da obra de arte. Pode ser uma questão de gostos e de atitudes, tanto do artista quanto do público.
E então, a arte está dentro ou fora dos museus? Para essa pergunta não há uma só resposta. O debate em torno da Arte Contemporânea é muito amplo. Por outro lado, ele só é possível graças a discussões como a do curso de Desenho e Plástica da UFSM. No fim, é um debate entre indivíduos (e suas idéias). Portanto, cabe agora ao leitor tirar suas próprias conclusões.
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
Programa nº 15
Bloco 1:
Bloco 2:
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
Programa n° 14
Bloco 1:
Bloco 2:
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Programa n° 13
Bloco 1:
Bloco 2:
terça-feira, 16 de setembro de 2008
Programa n° 12
Bloco 1:
Bloco 2:
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
programa n° 11
Bloco 1:
Bloco 2:
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
Programa n° 10
Bloco 1:
Bloco 2:
sexta-feira, 29 de agosto de 2008
Um dia triste
A gente aprende um pouco com cada entrevistado. Sobre o processo de fazer jornalismo, sobre a vida em geral. Com alguns aprendemos mais.
Aprendi muito, mas muito mesmo, entrevistando Marcos Kahn Su Griá, autodenominado Chinesa. Índio caigang, morador de rua, homossexual, Chinesa tem uma história carregada de tripla exclusão e heroísmo.
Você o conhece. Ele aparece no fim de um dos vídeos sobre a invisibilidade dos visíveis, numa cena que o editor Leandro Lopes teve a sensibilidade de selecionar. Silenciosamente, Chinesa deposita sua xícara de café sobre a mesa.
Fui eu que fiz essa entrevista com Marcos. Durou mais ou menos uma hora. Era um dia chuvoso em Porto Alegre-RS. Cheguei no GAPA (Grupo de Apoio à Prevenção da Aids) no meio da tarde, já encharcado. Chinesa parou o que estava fazendo para me receber, no horário que havíamos marcado.
No meio da conversa sobre sua vida, houve dois momentos cruciais, em que cheguei a pensar em interromper a gravação, tamanha a emotividade. No primeiro, após um tempo falando das dificuldades que enfrentou, Chinesa contou como, diante de pessoas na mesma situação que ele, porém mais jovens, procura passar uma imagem positiva da vida nas ruas. Ele não quer provocar desilusão, apesar de sofrer isso diariamente. Ele, com menos de 40 anos, assume seu papel de mentor, suporta sua dor pelo bem dos outros.
O segundo momento crucial surgiu a partir de uma frase dita por Chinesa. Ele dizia que a vida de morador de rua tem muitas coisas boas, mas muitas dificuldades também. Eu disse:
"Marcos, nós falamos bastante até agora do lado ruim. Me fale sobre as coisas boas agora."
Chinesa parou, olhou para cima, segurou o choro. Falou:
"Uma coisa boa é quando, depois de muitos anos, encontro um amigo, que também era morador de rua, e ele me diz: 'Chinesa, vem conhecer minha casa, vem conhecer meu filho.'"
...
Chinesa faleceu na quarta-feira. Ainda não sei o motivo.
...
Eu quero dizer que aprendi muito ouvindo tua história, Marcos. Muito mesmo. Lembro que saí da entrevista pensando: isso é jornalismo, isso é contribuir com algo. Além de qualquer glamour. Jornalismo de ser humano para ser humano. Comunicação de coração para coração.
Aprendi com tua força, tua raça. Isso eu levo comigo, na minha vida profissional e pessoal, desde aquela entrevista.
Obrigado, Chinesa!
Augusto Paim
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
Programa n° 9
Bloco 1:
Bloco 2:
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
Sotaques do Esporte
Essa alegria do Leandro passou-se comigo também. Um final de semana desses, eu visitei a família em Santa Maria/RS. O pai esquentava a água pro chimarrão, a mãe estendia algumas roupas no varal. Eu, ocioso, liguei a tevê, coisa boa de se fazer numa manhã de domingo, pois a tevê fica bem esportiva e faz exercícios físicos no meu lugar.
Estava eu nesse ócio gostoso, curtindo a casa dos pais. A tevê transmitia ao vivo a Maratona Internacional de São Paulo. Peguei o finalzinho, bem na hora que o narrador gritou:
- E Claudir Rodrigues, do Rio Grande do Sul, vence a maratona!
Claudir Rodrigues? Peraí, esse não é o nome do meu entrevistado no Fiz + Sotaq...?
E lá estava o rosto familiar do Claudir, o rosto que eu aprendi a reconhecer depois de uma manhã de entrevista em frente ao quartel onde ele treina alguns dias na semana, na cidade de Santa Maria. Um rosto que me falou das dificuldades da profissão, das renúncias que um atleta tem de passar, da relação com a mídia, dentre tantas outras coisas. E Claudir atravessou a linha de chegada em São Paulo com a mesma passada com que treina a semana inteira em um potreiro, treino esse que por uma manhã também pude acompanhar.
E lá estava ele agora, em São Paulo, quebrando todas as previsões, deixando o narrador da tevê todo atrapalhado (ele visivelmente não conhecia o vencedor, pois a cada hora o chamava por um nome diferente). Dessa vez não foi o Frank Caldeira, não foi o Vanderlei Cordeiro. Quem ganhou a Maratona Internacional de São Paulo foi ele, Claudir Rodrigues, o meu entrevistado.
segunda-feira, 18 de agosto de 2008
Programa nº 8
Bloco 1:
Bloco 2:
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
O esporte é a vida, mas num outro ritmo!
Era oito e cinco da manhã, ainda fazia frio e sequer eu tinha colocado a cafeteira para trabalhar. Mas o computador já estava funcionando e a internet conectada. Nem lembro se tinha escovado os dentes ou lavado o rosto. Criei o hábito de levantar, calçar as sandálias, caminhar sonambulamente até o escritório e apertar o botão. Acho que viciei no barulho da placa de vídeo despertando ou talvez goste de imaginar que existe algo funcionando primeiro do que eu. Entre um bocejo e outro, faço minha revista diária por alguns sites e blogs, mas hoje, especialmente hoje, decidi entrar no que se chama de grandes portais de notícias (embora não faço idéia do que isso queira dizer hoje em dia). E então, lá estava a foto dela. Mal meus olhos permitiam se abrir para a leitura da manchete, eu reconhecia a imagem. Pulso ao ar, sorriso malandro de quem acaba de cumprir uma missão boba. Sorriso de quem ainda não percebeu a grandiosidade da conquista. Lá estava: “Ketleyn ganha 1ª medalha olímpica do judô feminino do Brasil!”
Era ela. Para narrar o que senti, a voz humana, ou os vocabulários disponíveis, não são suficientes. Por que é tão difícil descrever sensações? Arrepiei-me, vibrei junto com ela, sai com vontade de gritar ‘Ketleyn!’ pelas janelas – como faço nos suados gols do meu Bahia. Cheguei a sentir o gosto salgado de uma lágrima que ganhou meu rosto, o calafrio ágil dos pêlos em pé. Eu repetia várias vezes o título do texto. Completamente acordado, tive que repetir para que eu mesmo acreditasse. Senti vergonha de não ter acreditado tanto assim naquela tarde sentados no tatame. Não que duvidasse. No fundo eu já torcia desde ali, mas não existiu em momento algum uma crença sincera, uma certeza de que um dia eu acordaria, ligasse o computador e visse sua foto em todos os sites, sua voz em todas as rádios, sua imagem em todas as TVs.
Ketleyn Quadros, 20 anos, judoca, estudante de educação física, atleta do Minas Tênis Clube, havia há três meses interrompido um treinamento e se colocado a minha disposição para a gravação do quinto vídeo do FIZ + Sotaques. Na conversa, que falava sobre o lado B do Esporte e coloca em questão se ele era saúde ou não, Ketleyn, residente de uma república feminina em Belo Horizonte, que até 7h dessa manhã mal era localizada pelo google, mostrou total determinação. Lembro de frases fortes e de como elas me irradiavam de vontade de vitória, de sede de conquista. Ketleyn, que deixou a família na cidade satélite de Ceilândia, virou, merecidamente, uma celebridade. Talvez o nome que mais se propagou no google nas últimas horas e que eu, entrevistador de carteirinha, tenho orgulho de ter ouvido antes de toda imprensa brasileira. Mas mais que isso, tenho orgulho de ter a conhecido e ter compartilhado sua determinação com todos que viram o vídeo.
O esporte é a vida, mas num outro ritmo!
Programa nº7
Bloco 1:
Bloco 2:
ESTÁ CHEGANDO A HORA...
Depois de três semanas em reprises, o Fiz + Sotaques reestréia hoje, segunda-feira, dia 11. De agora em diante, só programas inéditos! Nessas três semanas, a equipe trabalhou minuciosamente na produção dos próximos Sotaques (o que só aumenta nossa responsabilidade) e também conquistou novos videorrepórteres. A partir das edições seguintes, contaremos com a colaboração de Thais Brugnara, do Rio Grande do Sul, mais especificamente de Santa Maria. E do paulistano com sotaque de ‘manezinho da ilha’, Pedro Santos, que atuará em Florianópolis, na capital Catarinense.
Infelizmente, nesse tempo perdemos um grande colaborador: o gaúcho Augusto Paim, que residirá nos próximos meses em Bundesrepublik Deutschland. Para os analfabetos em alemão, traduzindo: Alemanha. Antes de anunciar o programa de reestréia, uma dica: nossa nova colaboradora é blogueira e é válido demais conhecer seu espaço na internet.
Está chegando a hora de discutir. E a reestréia do Fiz + Sotaques pega como gancho o início das propagandas eleitorais gratuitas na televisão e no rádio. Entre 19 de agosto e 2 de outubro, uma hora diária da programação desses dois veículos de comunicação será tomada para que os políticos se apresentem e apresentem suas propostas para o eleitorado brasileiro. Afinal, no próximo dia 5 de outubro decidiremos o futuro das nossas cidades. Certo? Será?
Será que escolhemos nossos candidatos por nossa livre, espontânea e honesta vontade? Até onde somos influenciados pelas campanhas eleitorais? Por que será que os candidatos que menos tem tempo na TV são os menos votados? E, por que os que mais investem financeiramente em campanhas são os que ocupam o topo das pesquisas? Pois é, aproveitando o início do período eleitoral (ou seria eleitoreiro?) o Fiz + Sotaques de reestréia vai colocar as pessoas para pensar sobre a importância das campanhas políticas. Afinal, em que medida a propaganda define uma eleição?
Está chegando a hora de refletir...
quinta-feira, 31 de julho de 2008
Moradores de Rua
Alguns projetos acolhem tais pessoas que, diferentemente do que pensa o senso comum, têm familiares e até alto nível de escolaridade. O que elas não têm é a base psicológica, a estrutura psíquica que faz com que os seres humanos não se "descontrolem". E é tão difícil entender isso, já que ao tomar essa atitude de afastamento é como se dissermos "aquele lá não sou eu".
Se foi difícil para os repórteres - e aqui falo por mim e creio que pelos outros que também participaram da edição - abordarem moradores de rua com uma cãmera e perguntas... é assim para a sociedade. Por que ter medo? É medo isso que sentimos quando um pedinte se aproxima, levanta o olhar enquanto nós desviamos a cabeça?
Conheça a Revista OCAS, que dá voz aos moradores de rua em publicações que eles mesmos vendem e, além de um veículo de expressão, é uma maneira de trabalho que os recoloca como cidadão.
E também a Rede Rua, ONG paulistana que trabalha com os direitos dos moradores de rua.
Claro que não estamos pregando sair por aí falando com estranhos... apenas vê-los, e saber que não, eles não são invisíveis.
terça-feira, 22 de julho de 2008
O crime compensa...
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Foram madrugadas ao sabor das ‘doces-amargas’ saladas de sentimentos. Em um momento angústia, no outro, alegria, logo depois... desespero. Aí achava que não daria tempo, mas enfim, finalmente, graças ao São Protetor das Tecnologias Vencíveis, o vídeo ficou pronto! “Aleluia!”, ouvi os anjos da consciência pesada gritarem. Estava finalizado o primeiro dos muitos que viriam, estava com início, meio e fim, o Fiz + Sotaques de estréia.
Ninguém havia dito que seria uma tarefa fácil. Primeiro desafio foi superar a comunicação não-oral, a falta de uma boa conversa tête-à-tête. Tudo tinha que ser minuciosamente dito e redito, lido e relido nas conversas sonolentas de uma madrugada afora via msn. Depois, era hora de receber todos os vídeos, um por um, e baixá-los ao mesmo modo (um por um). O computador, nesse momento, trabalha muito mais que eu, não posso negar. Aí chega a hora de assistir tudo e selecionar fala por fala; pedaço por pedaço. E sentir o coração partir porque aquela fala está ótima, mas ficaria solta nesse vídeo. Isso aconteceu o tempo todo. Aliás, entrevistar as pessoas certas gera esse problema: quase tudo que elas falam merece espaço. Mas alguém já disse: ‘a vida é uma ilha de edição’. E editar é muito mais que cortar palavras (como sugeria Drummond): é cortar idéias.
Depois do pré-roteiro estabelecido, hora de explicar detalhe por detalhe ao editor (que assim como nós, pela primeira vez vê e participa de um processo como esse). Daí em diante, basicamente, é negociar ‘tira isso’, ‘coloca isso’, ‘põe essa sonora aqui’, ‘encaixa essa fala lá’. E a idéia – que começou em uma reunião de pauta com gente de tudo que é canto do país em frente ao computador ao mesmo tempo – vai ganhando forma, braços, pernas, cabeça e nasce, e nos enche de orgulho, e arranca comentários, e nos faz dizer: as madrugadas e as saladas valem a pena. O crime compensa!
sábado, 19 de julho de 2008
Férias?
Folga? Que folga?
Estamos trabalhando na segunda temporada, com novos temas e reportagens. Enquanto isso, alguns programas serão reprisados e manteremos aqui, no blog, um canal de contato com o público.
O que acontece durante a produção? Como é feita cada entrevista? Chegamos a grandes nomes representantes de cada assunto e sabemos que é interessante para vocês saberem como é o backstage de um programa produzido nos quatro cantos do país. E a cada entrevista, a cada tema ou reunião, sempre tem alguém com uma grande história.
Na próxima segunda-feira, dia 21 de julho, a primeira reprise será o programa de estréia que teve como tema 'sotaques'. E a cada edição exibida nessa folga, colocaremos aqui no blog causos que surgiram delas.
segunda-feira, 14 de julho de 2008
Programa nº 6!
Mas sempre que se fala, fala-se sobre o eixo Rio - São Paulo. E o resto do país?
O que aconteceu em Porto Alegre, RS? E em Irará, BA? Como Belo Horizonte, MG, viveu esse período? E Cuiabá, MT?
A primeira parte do programa "Ditadura Descentralizada" você vê aqui:
Descentralizamos também o programa, que está em duas partes. Eheheh. Veja a segunda:
segunda-feira, 7 de julho de 2008
Programa nº 5!
Em suma, o programa fala do atleta não (apenas) como herói, mas sim como ser humano.
Eis a primeira parte:
Agora a segunda:
segunda-feira, 30 de junho de 2008
Programa nº 4!
A segunda, agora:
terça-feira, 24 de junho de 2008
Série "fui eu que fiz" - Marcelle Souza
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O desafio de encurtar distâncias
Fulano (Fernanda, te amo!) diz:
Hei, o que está fazendo essa hora no MSN, menina?
. celle (ocupada) diz:
Estou em reunião.
Fulano (Fernanda, te amo!) diz:
Aff! Pára! Sério? E com quem?
. celle (ocupada) diz:
Com pessoas de outros Estados. É reunião pra decidir a pauta da semana.
É assim que a segunda-feira começa: com reunião! Mas não se engane, o clima descontraído do MSN não tira a seriedade do que estamos trabalhando. O que vamos falar? Como? Quem serão os entrevistados? E as imagens? Melhores perguntas? Foco, foco, foco...
Trabalhar com pessoas tão distantes é um desafio. Imagine, decidimos as pautas, mas cada um sai com sua câmera na mão e encontra personagens e entrevistados totalmente diferentes. A distância deve ficar curta e as entrevistas devem se cruzar. E não é que se cruzam mesmo?
Às vezes, vejo o resultado final e penso: “Puxa, que legal. O cara que a Lydia entrevistou lá em Bauru completou a fala do entrevistado do Augusto de Santa Maria!”. São sempre desafios e descobertas. A gente se diverte com a troca de experiências, com os erros de quando a pauta não se encontra, mas também com os acertos de entrevistas que se completam.
O resultado é sempre bacana. Um diferente do outro, falando sotaques diferentes, construindo um programa com a nossa cara. Jovens jornalistas em busca do sonho de fazer diferente.
É, ainda temos muitas noites de reunião pela frente.
segunda-feira, 23 de junho de 2008
Programa nº 3!
A segunda:
Como você viu ao fim do segundo bloco, o tema dessa edição terá continuidade. O segundo programa sobre os invisíveis vai ao ar semana que vem.
sábado, 21 de junho de 2008
Supertextos
São, sim, supertextos! Súper mesmo, porque nos serviram de base para a formulação da pauta. Vale a pena lê-los:
Marketing Verde, a oportunidade para atender demandas da atual e futuras gerações.
Por Marilena Lino de Almeida Lavorato.
Entrevista com Amyra El Khalili
(Que foi nossa entrevistada no programa)
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Sugestão ecologicamente correta: leia os textos na tela mesmo, não os imprima!
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Aliás, faça que nem as empresas de aviação, que não estão mais imprimindo os bilhetes de viagem. Veja aqui!
Alguém me alertou, porém, que a economia de papel (e, em conseqüência, de dinheiro) é que norteia a ação dessas empresas, não a ação ecológica. De início discordei, mas depois tive que dar o braço a torcer. Afinal, para ter um comprovante de que comprou a passagem, o candidato a passageiro terá que imprimir em casa o bilhete. Ou seja, é ele que vai pagar a conta.
segunda-feira, 9 de junho de 2008
Programa nº 2!
A primeira parte do programa:
E agora a segunda:
sexta-feira, 6 de junho de 2008
Mesmo depois de ir ao ar, a pauta continua...
Mas e quando isso acontece após o programa estar pronto?
No nosso caso, este blog é a solução. Aqui postaremos ampliações e desdobramentos das pautas abordadas no Fiz + Sotaques.
Sobre o programa de estréia, que abordou os diversos sotaques do Brasil: alguns dias antes do programa ir ao ar (portanto, já finalizado), escutei uma observação muito perspicaz de um radialista daqui de Porto Alegre. Trata-se do Éverton Cunha, vulgo Mr. Pi de Pijama, que apresenta o Pijama Show, na Rádio Atlântida.
Pois o Mr. Pi propôs discutir sobre sotaques no programa daquele dia, fazendo uma observação muito pertinente: ele diferenciou os sotaques que são aprendidos naturalmente/involuntariamente daqueles que são aprendidos por adesão.
Explicou ele assim: aquele sotaque gaúcho marcado pelo "leitE quentE", ou seja, o "E" bem pronunciado, é um sotaque aprendido naturalmente e de maneira quase involuntária. Quer dizer, no interior do estado, as crianças crescem escutando seus pais e avós falando assim, e para elas não existe outra opção de falar. Quer dizer, elas falam assim, porque é assim que se fala.
Muito diferente do que ocorre com o tal "sotaque do Bonfim". Acho que o Brasil inteiro conhece esse sotaque. Ele foi popularizado pelo personagem Magro do Bonfa, interpretado pelo humorista André Damasceno na Escolinha do Professor Raimundo. É aquele tipo de fala que identifica muito claramente um certo nicho de moradores de Porto Alegre, especialmente moradores do bairro Bom Fim e estudantes de algumas faculdades específicas.
Para quem não lembra, eis a primeira aparição do Magro do Bonfa na Escolinha:
quinta-feira, 5 de junho de 2008
Série "fui eu que fiz" - Gabriela Stripoli
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Viva a tecnologia!
O que um entrevistado espera de um repórter que se apresenta com uma câmera digital na mão e mil idéias na cabeça? Desconfiança que eu não encontrei ao entrar para o Fiz + Sotaques, pelo convite de uma amiga de faculdade. Iniciativa, vontade e acima de tudo muita confiança no nosso trabalho, cuja proposta é justamente explorar a facilidade que a tecnologia nos proporciona atualmente.
É fácil ter acesso a câmera? Então vamos filmar. A internet está disseminada? Então vamos nos comunicar. Divulgar um produto jornalístico de qualidade na rede, com temas relevantes, aproveitando o canal que o Fiz Tv oferece. Simples.
Com orgulho, quando o entrevistado mostra desconfiança, encho o peito e digo que assim como eu, outras pessoas estão em vários cantos do país com a mesma câmera na mão e as mesmas boas idéias na cabeça. E assim nasce o Fiz + Sotaques, que acima de tudo quebra a simplicidade do conteúdo na rede. É difícil, porém, apaixonante e envolvente - tanto que já me envolvi com os outros jornalistas que (ainda) não conheço pessoalmente.
Extras sobre sotaques
Durante o processo de fazer um programa de televisão, os repórteres captam muitas imagens e a maioria (das imagens, não dos repórteres) não vai ao ar. Não por ser um material ruim, mas porque o processo de edição da matéria envolve escolhas que exigem esse descarte. Ainda mais em se tratando de um programa feito por repórteres de vários lugares, ou seja, o vídeo tem de ser pensado numa costura coesa de muitos materiais diferentes.
Aqui no blog do Fiz + Sotaques esse material extra produzido tem a chance de não se perder.
Para começar a seção "Extras", publico aqui o vídeo com depoimentos de gaúchos, que captei nos estúdios do programa Galpão do Nativismo, apresentado pelo Dorotéo Fagundes, na Rádio Gaúcha. Você perceberá que apenas os depoimentos do Sérgio "São Borja" e do João Osório aparecem na edição final do programa de estréia, sobre os sotaques do Brasil. (Não confundir com as entrevistas "sobre" sotaques. As entrevistas com os gaúchos, que seguem abaixo - as entrevistas, não os gaúchos -, têm a intenção apenas de exemplificar, mostrar sotaques como são na realidade.)
Aparecem no vídeo acima, pela ordem: Leandro Molina, Sérgio "São Borja", César Garibotti e João Osório Marques Ribeiro. No fim, há imagens da transmissão ao vivo do programa Galpão do Nativismo, gravadas no estúdio.
Nossos agradecimentos a todos que aparecem no vídeo e que colaboraram com o programa!
quarta-feira, 4 de junho de 2008
Programa de estréia!
O programa está dividido em duas partes. Esta é a primeira:
Esta é a segunda parte:
terça-feira, 3 de junho de 2008
Série "fui eu que fiz" - Leandro Lopes
Começamos por quem fez o filho, o diretor Leandro Lopes, que, entre outras coisas, é jornalista da Rede Minas.
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“QUE A CADA SÉCULO SE RETIRE OU SE ACRESCENTE UM GRÃO DE AREIA DOS INUMERÁVEIS QUE HÁ NA PRAIA” - Jorge Luis Borges
Já usei essa citação do Borges, eu sei. Mas ela é tão bela e se encaixa tão bem nesse projeto e no areal que ele já desenha, que Borges torna-se inevitável. O Fiz + Sotaques é um grão (embora cada vez mais tome proporções de uma duna) desses lençóis maranhenses de boas idéias. E ele surgiu assim, de um sopro, de um pingo que levado pelo vento litorâneo se esbarra na nossa testa. Fiz + Sotaques surgiu de um telefonema. Depois, de uma reunião. Depois, de bons contatos. Depois, de uma junção de boas experiências que o Laboratório do Rumos, do Itaú Cultural, proporcionou. Depois, de gente jovem (cabelo ao vento) reunida. E depois, ainda, uma insistência de fazer algo tão complexo e inusitado, acreditando-se e fazendo acreditar que era simples. Fatos poucos visíveis nessa pluralidade de sotaques que o produto final propicia aos seus telespectadores (ou seria teleinternautas?). O Fiz + Sotaques ainda é uma prova dos noves incompleta, em que se questiona o que é mais valioso: o processo ou o produto final? É bom que se diga que o processo desse produto é, sim, o atestado com firma reconhecida de que se está mudando o jeito de se fazer televisão no Brasil (ou no mundo?). Tenho muito orgulho do Fiz TV. Tenho orgulho do Augusto, da Lydia, da Marcelle, da Gilmara, da Tonica, da Gabriela... Tenho orgulho de tudo isso. E eles que contem suas experiências.
quinta-feira, 29 de maio de 2008
Sobe o pano!
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FIZ + SOTAQUES: JORNALISMO NO PLURAL
No dia 2 de junho, segunda-feira, estréia no FIZ TV o semanário feito por jovens jornalistas espalhados pelas cinco regiões do país.
De que jeito se fala num país de 8,5 milhões de metros quadrados? De que jeito 183 milhões de habitantes se comportam? É impossível que para essas perguntas não se tenha na resposta um “depende”. De fato, depende. Depende de a qual pedaço deste gigante Brasil você se refira. E se é certo que cada região tenha suas peculiaridades, por que as notícias, as informações têm que ter um único sotaque? Por que o comportamento brasileiro tem que ser medido por cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, quando outros 5.562 municípios existem?
Descentralizar as notícias, aprofundar os diversos temas tratados, assumir os diferentes sotaques e mostrar um Brasil em toda sua brasilidade. São essas as propostas do Fiz + Sotaques, primeiro programa jornalístico do Canal FIZ TV, do Grupo Abril (www.fiztv.com.br - veja box). Por meio de uma equipe de videorrepórteres espalhados pelas cinco regiões do país, o programa vai mostrar como os assuntos do dia-a-dia da mídia se manifestam de forma diferente em cada canto do Brasil, encontrando também o ponto em comum entre essas regionalidades. “É uma forma de nacionalizar a informação a partir de vários pontos distintos dos Brasis”, diz Leandro Lopes, diretor do FIZ + Sotaques.
“A idéia é humanizar, mostrar aquilo que a grande mídia geralmente não mostra, diminuir a distância entre a vida real e o que se vê na tevê”, diz Augusto Paim, videorrepórter do Fiz + Sotaques. Leandro concorda: “existem padrões jornalísticos estabelecidos há anos na TV brasileira que não cabem mais nessa linguagem interativa e nesse momento de invasão do modo televisivo feito na internet”.
Os videorrepórteres do Fiz + Sotaques gravam as entrevistas e as imagens com uma câmera fotográfica digital e buscam uma linguagem experimental e documental ao mesmo tempo, sem seguir os padrões restritos do jornalismo convencional. O atual time de repórteres conta com jornalistas presentes no Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Sergipe e Minas Gerais, contando também com participações eventuais de videorrepórteres de outros Estados.
“Queremos nos sintonizar com as novas possibilidades de se produzir conteúdo jornalístico, usando as ferramentas da web para fazer o jornalismo sério, aprofundado e humano que todos nós queremos”, diz Augusto, que completa: “mobilidade: essa também é uma palavra-chave. Queremos mostrar como um assunto se desenvolve na metrópole, mas também no interior. Os videorrepórteres viajam com a câmera e, por isso, não ficam restritos ao lugar em que estão. Cada nova cobertura será uma surpresa”.
No www.fiztv.com.br você encontra os dois pilotos produzidos pela equipe do Fiz + Sotaques. Basta digitar “Motoboys dos Brasis” e “Carnaval, meu nome é...” no campo de busca. O programa de estréia, no dia 2 de junho, será sobre o tema: “sotaques do Brasil”.
“O Fiz + Sotaques irá oxigenar a grade do canal por se tratar do primeiro programa de jornalismo colaborativo. Além disso, esse formato de um jornalismo discutido sob a visão de pessoas espalhadas pelo Brasil inteiro é muito semelhante a proposta do canal que busca uma linguagem plural na sua programação”, comemora Marcelo Botta, diretor do FIZ TV.
O programa irá ao ar todas as segundas-feira, às 21h15, no canal 16 da TVA analógica e no canal 20 da TVA digital, em São Paulo (capital e interior), Santa Catarina (Florianópolis e Camboriú), Paraná (Curitiba e Foz do Iguaçu), Rio de Janeiro (capital) e Minas Gerais (Uberlândia). Os programas também estarão disponíveis no site do FIZ TV, para qualquer lugar do Brasil.
FIZ TV
O FIZ é o primeiro e único canal de TV colaborativo do Brasil. Pertencente ao Grupo Abril, com menos de um ano de vida, o projeto já conseguiu criar uma forte comunidade de produtores de vídeo na web e uma linguagem ousada e inovadora dentro da televisão brasileira. Nos últimos meses, o canal dedica-se para que produtores de todo o país enviem não somente vídeos, mas também programas formatados e pensados para uma nova televisão. A criação de um pioneiro sistema de remuneração somado à grande liberdade editorial que o canal dá aos produtores permite que público acompanhe, cada vez mais, o surgimento de novas e boas idéias no universo audiovisual brasileiro.